sábado, 28 de junho de 2014

Boa Noite!!!!
Para a última parte do nosso trabalho na cadeira de Informática pela faculdade Unilasalle, realizamos uma entrevista com a Psicóloga Marcia Regina Paludo, CRP 07/05288, que realiza a prática do Bio e Neurofeedback. Fizemos várias perguntas, e filmamos parte da entrevista. Para o nosso trabalho não será possível colocarmos a entrevista por inteiro, então usaremos esse espaço para colocar todas as perguntas e respostas, e agradecer imensamente a profissional por ter dedicado esse tempo para o nosso trabalho, você nos ajudou não somente a ganhar nota dez, mas também a entender e simplificar o Biofeedback.
Esperamos ter conseguido juntar informações suficientes para esclarecer algumas dúvidas dos internautas e visitantes da página. Foi um trabalho muito bom de fazer!
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“O Biofeedback é uma área de conhecimento que está fundamentada na convergência de 2 paradigmas bem estabelecidos da Psicologia Experimental: condicionamento clássico e operante e também nos estudos e descobertas da Psicofisiologia. Trata-se de uma técnica não invasiva e não farmacológica através da qual o indivíduo toma consciência dos modos de funcionamento de um ou vários processos orgânicos e adquire domínio sobre eles. Por meio do Biofeedback a pessoa aprende a identificar e agir sobre processos involuntários do corpo e controla-los, tais como batimento cardíaco, pressão arterial, tensão muscular.
As pesquisas e os trabalhos na área do Biofeedback têm suas raízes na multidisciplinariedade, pois seu resultado advém do encontro do conhecimento das áreas da Medicina, da Psicologia, da Psicofisiologia, da Biologia, da Eng. Biomédica e da Informática, tendo também aportes da teoria Geral dos Sistemas e da Cibernética.

Neurofeedback é um dos principais tipos de Biofeedback, é também o mais complexo deles, pois trabalha diretamente sobre o órgão mais complexo do corpo humano: o cérebro. É a modalidade de Biofeedback que realiza o monitoramento das ondas cerebrais. O que se busca no Neurofeedback é a mudança de padrão de onda cerebral. Suas indicações principais são: treino de atenção/concentração, estar mais atento sobre si mesmo, intervenção sobre TDAH, quadros de ansiedade, compulsividade, epilepsia, aumento de desempenho de atletas e executivos, fortalecimento cerebral e prevenção de perdas cognitivas devidas ao envelhecimento. ” (Marcia Paludo)


1)     Qual a sua formação?

Psicóloga, a 26 anos formada, fez varias especializações durante os anos: terapia de casal, terapia de família, especializada em mediação, dinâmica de grupo, e outras, durante os anos de trabalho.

2)     Como teve interesse no Biofeedback?

Teve interesse a quatro anos, quando teve uma experiência com a prática do Biofeedback, e começou a estudar.

3)     Como foi o curso?

O curso é realizado on-line a maior parte dele. Com um orientador que mora em Atlanta nos Estados Unidos, que vem periodicamente para o Brasil. Possuímos profissionais espalhados pelo brasil, todos habilitados para aplicar a prática do Biofeedback. São realizadas provas, tem certificação, e cursos de atualização. Esse ano ainda, o órgão que regulamenta a prática nos Estados Unidos, vira para avaliar e certificar os profissionais aqui do Brasil (http://www.bcia.org/).

4)     Como é feito o suporte?
O suporte é também quase todo via on-line, com grupos no DropBox, com acesso a material para estudo. Além do orientador, existem os supervisores que também auxiliam.
5)     Existem bastantes profissionais especializados em Biofeedback?

Ano passado em setembro houve a 1ª Conferência Nacional de Biofeedback (confira informações no site http://www.abbio.com.br/), em São Paulo, e tinha entre 60 e 70 profissionais no Brasil inteiro. Vieram palestrantes internacionais, mas ainda temos um numero pequeno de profissionais. É uma pratica nova, mas todo mundo que esta trabalhando com isso esta encantado com os resultados.

6)     Qual é a formação da maioria desses profissionais?

A maioria é psicólogo, mas tem pessoas de outras áreas, mas são bem poucas. A Abbio está lutando com o conselho para tornar essa prática exclusiva para psicólogos. Porem nos Estados Unidos, essa prática não é exclusiva aos psicólogos.

7)     Quais as dificuldades enfrentadas para realizar o Biofeedback?

Tem que conhecer muito de informática, são muitos recursos utilizados, tudo pelo computador. Precisa saber muito de inglês, pois todo o material é em inglês praticamente. Tem que saber muito de neuroanatomia, neurocirurgia, e diversas neuros. Exige um estudo muito dedicado do profissional. É interessante se ter uma base dessas disciplinas antes de começar o curso, devido ao alto numero de desistências já na primeira parte, pela dificuldade da matéria, de ser um assunto tão complexo.


8)     Como funciona o Biofeedback? Quais sistemas do nosso corpo são “modificados”/”treinados”?

No nosso sistema fisiológico, sistema luta e fuga, o nosso corpo aciona o sistema parassimpático, tuas pupilas dilatam, coração acelera, começa suor... e isso é o stress. Isso é como a maioria das pessoas vive hoje em dia, estressada. E isso vai gerando um desgaste, não só do cérebro, mas do corpo inteiro.
Com o bio, o paciente consegue ver o seu nível de stress, consegue ver como esta fora de coerência. E ensinamos a pessoa a voltar para o seu estado de coerência. Baixando o batimento cardíaco, sincronizando com a respiração, tirar o corpo e o cérebro do sistema de alerta, trazendo ao paciente um ponto de equilíbrio, e vai treinando isso.
Isso não é algo novo ao nosso corpo, nós já nascemos sabendo o certo, e em algum momento da vida perdemos isso. Pela necessidade, pelo stress, pela vida, cada uma dentro das suas defesas vai desviando desse equilíbrio. Com o Biofeedback a pessoa vê na hora “em que pé que esta”, e o que precisa ser feito para voltar a esse ponto de equilíbrio.

9)     Quais são os resultados esperados?

Que a pessoa volte ao seu estado de equilíbrio. Todos nós nascemos sabendo fazer a respiração, se observarmos um bebê respirando, podemos notar o diafragma subindo e descendo, fazendo uma respiração completa. Em algum momento nós nos desviamos disso, e com o bio ensinamos o cérebro e o corpo a voltar pro seu ponto de equilíbrio. Não é um novo padrão, é um resgate do desvio para o equilíbrio.

10)O treinamento do cérebro é para sempre?

Se acredita que a mudança e efetiva. Durante o tratamento, o paciente é ensinado a fazer em casa diariamente os exercícios de auto regulação. São dez minutos por dia. É como escovar os dentes e tomar banho, tem que ser continuo, tem que ser pro resto da vida, para continuar mandando pro cérebro aonde está o seu ponto de equilíbrio. Quem segue o treinamento, mantem o resultado de uma forma mais efetiva.

11)Quais são os tratamentos mais comuns? Para o que as pessoas mais pedem ajuda?

Autismo, controle de peso, déficit de atenção, na área dos esportes é muito comum o uso do biofeedback para aprimorar a performance, memória, dificuldade nos estudos, ansiedade, crises de pânico.... Muitas pessoas começam o tratamento por não quererem usar medicação, funciona como um tratamento alternativo, porem em alguns casos, é indicado o tratamento com o psiquiatra em conjunto, dependendo do estado do paciente.

12)Em media, quanto dura um tratamento?

Tudo depende da avaliação que é feita em três encontros. Avaliação fisiológica e psicológica. Os dados são processados e é gerado um plano de tratamento. Normalmente leva de 30 a 40 sessões. No início são realizadas duas sessões por semana, além dos exercícios de casa. Após um tempo o paciente poderá passar para uma vez por semana, de quinze em quinze dias, uma vez por mês até chegar nos acompanhamentos, e nessa fase o paciente geralmente se sente tão bem, que vai no primeiro acompanhamento e depois não vai mais, de tão bem que está se sentindo.

13)Para quem é o Biofeedback?

Para todos. Crianças, jovens, adultos. Quem precisar!

14)É recomendado a prática da terapia em conjunto para o tratamento?


Um tratamento não exclui o outro. Muitos pacientes as vezes pedem para não fazer o bio pois naquele dia eles só precisam conversar. O que faz diferença é se você é um terapeuta ou não. Se você não é terapeuta você vai só treinar o cérebro, e sendo terapeuta, você vai treinar o cérebro, e ao mesmo tempo o paciente vai estar te trazendo coisas pessoais e importantes e você já vai estar fazendo uma terapia naquele momento. Tudo vira conteúdo que você pode trabalhar com o paciente.